ESTUDOS CLÁSSICOS E HUMANÍSTICOS
Considerações sobre ritmo e período oratório na esfera da antiguidade clássica: refrações e influências musicais na estrutura do Cantus Planus
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A forma com que os antigos oradores gregos e romanos teciam estilisticamente o discurso oratório ainda hoje nos intriga quanto ao papel do ritmo em sua estrutura. Ocorre que a ornamentação artística que se imiscuía ao preparo dos períodos extremamente polidos e burilados do texto eram carregados de um fator entoacional que proporcionava grande deleite ao auditório e que produzia determinados efeitos artísticos que certamente colaboravam com o sucesso do orador em persuadir e vencer a demanda. Essas questões estão diretamente ligadas à teoria retórica, muito bem desenvolvida e praticada na Antiguidade Clássica, especificamente no tratado de Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.), o Orator (44 a.C.), no qual todas essas inferências são perceptíveis. Com efeito, nas diversas vezes em que Cícero enfatiza a necessidade de o discurso agradar aos ouvidos do auditório são consequência do exame que ele faz do chamado supellex oratoria, ou instrumentos do orador, entre os quais, conforme sintetiza Yon (1964), estaria a ornamentação em vista da satisfação dos ouvidos, que acontece através das qualidades rítmicas dos sons (compositio), da disposição harmônica das palavras (concinnitas) e do ritmo propriamente dito (numerus). Esses três elementos podem corresponder à técnica oratória que visa agradar aos “juízes dos sons e dos ritmos”: os ouvidos. E não só os ouvidos, mas, por extensão, os nossos sentidos.
Autor: Carlos Renato Rosário de Jesus
Lívia Maria da Silva
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